Painéis digitais: parecia o futuro
Há cerca de 40 anos, começou o “burburinho” do digital. Os relógios de pulso passaram a ser digitais, muitos dos equipamentos de escritório também. A indústria automóvel começava a ser toda ela robotizada e a indústria dos informática estava em alta. Os miúdos começavam a ter as suas consolas e micro-computadores e, na TV, a ficção científica dominava os horários nobres.
Iniciou-se então uma tendência, na moda, na arquitectura e no design, de projectar essa digitalização. O ecrã digital era a expressão máxima de contemporaneidade ou vanguardismo e o mercado automóvel não podia ficar de fora.
Foram muitas as marcas que embarcaram na tendência do LCD que, curiosamente, não singrou. O formato analógico acabou por perdurar durante décadas e até aos nossos dias. Só com a tecnologia LED é que os painéis digitais começam, agora a generalizar-se mas, na maioria das vezes, emulando o funcionamento dos instrumentos analógicos.
O Aston Martin Lagonda foi um dos primeiros modelos a oferecer um painel totalmente digital, de aspecto tão estranho como a sua carroçaria.
Também a Citroën, marca por natureza vanguardista, não resistiu à criação do BX Digit, em substituição dos painéis com tambores rotativos.
Em 1988 o Oldsmobile Cutlass recebeu mesmo o primeiro “head-up display” de um modelo de produção em série, solução hoje tão em voga.
Modelos exclusivos como o Corvette C4 ou última geração do Audi Quattro, tinham painéis digitais razoavelmente funcionais. Mas a surpresa foi ver essa solução a ser aplicada em modelos de produção em larga escala.
O Renault 21 TXE foi um dos modelos mais vendidos a usar painel digital. Os Fiat Tipo e Tempra DGT tiveram também um considerável sucesso e mesmo a primeira geração do Uno Turbo i.e. chegou a estar disponível com esta tecnologia. Mas, neste caso, a beleza do painel versão analógica deixava os entusiastas rendidos.