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Grandes inovações: as escovas limpa-vidros

É difícil imaginar a condução de um automóvel sem elas, mas como tudo o que é genial, só é óbvio depois de inventado. Desde o Séc. XIX, não mudou assim tanto...
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19 de out. de 2024

Há inovações que nos parecem hoje demasiado óbvias, mas que, no seu tempo, terão causado grande impacto, quer do ponto de vista técnico, quer do design. As escova limpa vidros é uma delas, pela segurança e comodidade que veio trazer ao uso do automóvel.

É verdadeiramente impossível identificar um real autor do limpa pára-brisas, havendo pelo menos dois pedidos de registo de patente em datas muito aproximadas, ao longo do ano de 1903.

Nos Estados Unidos da América, Mary Anderson, uma empresária de sucesso, ao notar as dificuldades dos condutores de trólei de Nova Iorque nos dias gelados, decidiu mandar produzir e registar a patente para o seu sistema de limpeza de pára-brisas. Naturalmente, tratava-se de um sistema manual e comandado a partir do interior, com a escova de borracha a incluir um mecanismo de mola para retornar à posição inicial.

Quase ao mesmo tempo, em Inglaterra, o pianista polaco Józef Hofmann registou, em conjunto com a empresa Mills Munitions de Birmingham, um sistema semelhante. Diz-se que Hofmann, que registou diversas outras patentes de invenções suas, se terá inspirado no movimento do metrónomo.

Bem mais tarde, em 1919, William M. Folberth registou a patente para um sistema automatizado, com o movimento gerado por um sistema de vácuo ligado ao motor. Solução que continuaria a ser usada por muitos fabricantes até aos anos 60, altura em que o movimento eléctrico se generalizou.

Apesar da atribuição dessa patente, se recuarmos bastante mais no tempo, podemos verificar que, tanto a ideia da escova, como do movimento automático, haviam sido registadas a 30 de Agosto de 1898 no Connecticut (EUA) por George J. Capewell. No seu caso, era um movimento transmitido mecanicamente. 

À época, o automóvel não seria a mais óbvia aplicação desta invenção e embora a descrição do autor contemplasse todo o tipo de veículo terrestre motorizado que exigisse condução através de um vidro (incluindo comboios, eléctricos, etc.) a verdade é que raramente é considerado como o pai do pára-brisas automóvel, apesar de ter sido quem inspirou posteriores inventores.

Em todo o caso, esta fica para a história como uma das invenções simples que revolucionaram o uso do automóvel e uma que, curiosamente, pouca evolução sofreu desde o conceito inicial.