The ICE St. Moritz, uma ideia fresca.
O local
Após uma breve passagem por Itália pelos Lagos de Garda, Iseo e Como, nos quais desfrutámos de cenários idílicos e estradas sinuosas e cheias de “mão-de-obra” chegámos a Tirano, onde entrámos na Suíça. Seguiu-se a travessia do Valposchiavo e desde logo as cores e cidades que o rodeiam remetem-nos para a simplicidade e harmonia da natureza. São muitas as especialidades gastronómicas e vínicas deste território que chamam a atenção para o projecto 100% bio Valposchiavo. Existem muitas queijarias orgânicas no vale, que produzem queijos de vaca e de cabra, incluindo os famosos e saborosos queijos de pastagem de montanha e iogurtes deliciosos. O lago Poschiavo está rodeado de campos floridos com aromas e cores e ervas silvestres que deleitam os sentidos e dão origem ao cultivo de ervas aromáticas e chás, sectores muito importantes para a agricultura local.
Retemperadas as forças na simpática Pensione Capelli, onde as portuguesas Sara e Bia, de Mangualde, nos receberam com um manjar típico da região, continuámos a subida numa fantástica estrada repleta de curvas e ganchos com muita neve a circundá-la. Rapidamente chegámos ao Passo de Bernina. Com 2.328 m de altitude, é o mais alto da Suíça e dos Alpes, de entre os que ficam abertos durante todo o ano. Esta subida é uma experiência de condução obrigatória para qualquer entusiasta de automóveis. Poucos minutos depois, eis a gloriosa St. Moritz, uma cidade turística alpina, a uma altitude de cerca de 1800 metros acima do nível do mar. É a principal cidade da Alta Engadina e um município do distrito de Maloja, no cantão suíço de Grisões. St. Moritz fica na encosta sul dos Alpes, Albula, abaixo do Piz Nair (3.056 m), com vista para o vale plano e amplo glaciar da Alta Engadina e para o lago com o mesmo nome, com as suas águas, agora geladas. Foi aqui neste lago gelado que decorreram os Jogos Olímpicos de Inverno em 1928 e 1948.
Mesmo com as temperaturas negativas habituais desta época do ano, somos instados a percorrer a cidade que mais parece saída de um cenário de filme, com as luzes dos carros, hotéis de luxo, restaurantes e lojas de moda, brilhando ao anoitecer. A tudo isto junta-se uma azáfama de pessoas elegantemente vestidas, o cheiro a charutos e a perfumes e o som de música ambiente nos vários hóteis e bares, onde os cubos de gelo tilintam dentro dos copos.
O parque automóvel é praticamente um Olimpo de supercarros e marcas como a Ferrari, Porsche, Bugatti, Koenigsegg ou Pagani, entre muitas outras, são presenças constantes nas ruas da cidade.
Durante mais de um século, St. Moritz desenvolveu a sua fórmula única que atraiu gerações de turistas entusiastas: uma mistura cosmopolita de natureza, exclusividade, desporto, luxo e tanta privacidade quanto se poderia desejar. A lista de cidadãos proeminentes em St. Moritz incluía nomes como Sonja Ziemann, Gunter Sachs, Herbert von Karajan, Lakshmi Mittal, Ivan Glasenberg, Mohammad Reza Pahlavi, Ingvar Kamprad, Helmut Horten, Giovanni Agnelli (L’Avvocato), Aristoteles Onassis e Stavros Niarchos. Um local de culto na cidade é a Cresta Run, onde pessoas de todo o mundo se reúnem com o objetivo de acelerar numa pista gelada, deitadas em tobogãs.
A génese do The ICE
Corria o mês de janeiro de 1985, quando um grupo de membros britânicos da Cresta Run, liderados pelo escocês Keith Schellenberg, se deslocou até St. Moritz para desfrutar do centenário da mítica corrida. Para tornar as coisas mais interessantes, decidiram conduzir os seus Bentley “vintage” de capota aberta em pleno Janeiro. Foi com este dia na memória que surgiu a ideia de realizar um Concurso de Elegância. O The ICE esteve durante 37 anos na cabeça de Marco Makaus, o Patrono do evento, que preside ao Júri e é a voz do Concurso. Marco Makaus sonhava com um tipo de evento diferente, longe dos padrões, onde os automóveis pudessem ser admirados em toda a sua plenitude, longe de uma parede ou qualquer elemento que pudesse influenciar a vista. Desta forma, os carros na neve, sobre gelo, apenas estão rodeados pelo manto branco como se estivessem no início da sua essência, a ser desenhados num pedaço de papel pelo lápis de um designer.
O ICE é diferente de qualquer outro Concurso de Elegância uma vez que é realizado num lago naturalmente congelado, num ambiente de conto de fadas, “en plein air”, numa das mais belas paisagens dos Alpes Suíços. Os organizadores deste evento são movidos pelo desejo de partilhar esta paixão com o maior número de aficionados por automóveis que o frequentam e que chegam de todos os cantos do mundo. O ICE foi, desta forma, criado em 2019 para desfrutar da exposição e condução de alguns dos automóveis mais emocionantes, valiosos e raros do mundo. Os jogos de pólo e as corridas de cavalos acontecem ali há décadas, e um evento automobilístico de alta classe parecia a escolha natural para expandir as atividades de inverno. A cidade de St. Moritz e o Badrutt’s Palace Hotel gostaram da ideia e decidiram apoiá-la, assim como vários parceiros e principais patrocinadores.
A fórmula “Concours d’Elegance” nasceu na década de 1920 e era uma espécie de “Fashion Show” para automóveis: os vários Coachbuilders mostravam as suas criações a potenciais clientes. Hoje, são uma celebração do estilo e design automóvel, bem como símbolos da conservação e restauro ao longo do tempo.
O ICE não foi criado para desafiar outros Concursos de Elegância já existentes, pois a localização, dimensão e sazonalidade diferenciam-no de qualquer outro. O facto de tudo se passar num lago congelado introduziu um elemento novo e também um controlo apertado, pois todos sabem que por baixo há água. O lago de St. Moritz tem uma superfície de 0.78 km2 e uma profundidade máxima de 44 metros. Por este motivo, foi criada uma organização dedicada, a See Infra AG que monitoriza a espessura do gelo com muitos sistemas diferentes e com a ajuda do conceituado glaciologista Dr. F.Keller. Assim que o gelo atinge uma espessura de 27 cm, são realizados testes de colisão com pesos de 7700 kg e a condução de um veículo especial de pista de 3500 kg com flutuadores de segurança. Após estes testes o lago é oficialmente dado como apto para a construção da vila-evento. As verificações da espessura do gelo são realizadas continuamente e no momento do evento o gelo apresenta cerca de 45 cm de espessura, garantindo-lhe uma perfeita estabilidade.
A edição de 2025
Marcado para os dias 21 e 22 de Fevereiro, o The ICE deste ano era muito aguardado, uma vez que uma tempestade de neve em Fevereiro de 2024 impediu que a edição do ano passado pudesse ser realizada no lago e tivesse que ser deslocado para as garagens do Hotel. O júri deste ano foi composto por Marco Makaus, Richard Adatto, Massimo Delbò, Mathias Doutreleau, Vanessa Marçais, Norman Foster, Laura Kukuk, Michele Lupi, Philip Rathgen, Augustin Sabatié-Garat e Jay Ward, nomes que dispensam apresentações no mundo dos Concursos de Elegância, dos automóveis clássicos, das revistas da especialidade, da arquitetura e do design. Marco Makaus, Ronnie Kessel e toda a restante organização tinham, deste modo, reunido os ingredientes para que o evento fosse memorável.
Best in Show – Um novo troféu de Lord Norman Foster
O premiado arquitecto Lord Norman Foster projectou um novo troféu Best in Show exclusivamente para o ICE. O seu design evoca a elegância do evento e a mágica paisagem alpina de inverno da Engadina. Feito em prata e envolto numa caixa de madeira personalizada, também projectada por Lord Foster, a escultura foi concedida ao vencedor do concurso de elegância deste ano durante a cerimónia do “The Best in Show”, no Sábado, 22 de fevereiro de 2025. Lord Foster tem, há muitas décadas, desfrutado de um relacionamento especial com St. Moritz. A sua casa de família é a Chesa Futura, visualmente deslumbrante e ambientalmente sensível, que combina técnicas de construção alpina centenárias com design de computador de última geração.
The ICE 2025, um culto instantâneo
O ICE St. Moritz foi uma verdadeira celebração de elegância, arte e paixão automobilística. Mais de 20.000 pessoas passaram pelo lago congelado, palco de uma montra de mais de 50 automóveis clássicos e desportivos icónicos de tirar o fôlego. Esta mistura excepcional de modelos de várias décadas capturou a imaginação de entusiastas vindos de todos os cantos do mundo, destacando o crescente apelo internacional do evento. Face a 2022, altura em que também estive presente, nota-se um crescimento enorme a nível de público e de toda a envolvência. Na edição deste ano a organização atraiu o público com vários pontos de interesse espalhados pela cidade, nos quais se destacavam as tendas da Maserati, o stand da Pagani, o bar da Koenigsegg e a Casa Ferrari, com todas a novidades da marca italiana em exposição.
Na sexta-feira de manhã, a vila do ICE ganhou vida em torno do parque fechado, com um evocativo museu ao ar livre de modelos incríveis que despertou a atenção dos visitantes, amantes de automóveis e da imprensa que compareceu no evento. Foi uma oportunidade única de conhecer e compartilhar a paixão de inúmeros coleccionadores, pilotos e jornalistas. Nas primeiras edições, o ICE tinha apenas um dia, mas nas últimas a organização optou por realizar o mesmo em dois dias, sendo que no primeiro as viaturas se encontram estáticas apenas para serem admiradas pelos entusiastas e avaliadas pelo júri e, no segundo, têm lugar as exibições na pista do lago.
Antes de falarmos em alguns modelos que captaram a nossa atenção, não podemos deixar de referir os trajes de muitas das pessoas que por ali também “desfilam”, com vistosos casacos de peles verdadeiras, chapéus e calçado a preceito e ainda a presença constante dos seus amigos de quatro patas, também eles vestidos a rigor e que já fazem parte do glamour e excentricidade do evento. Para abrilhantar o show não podiam faltar um barco Riva Olympic de 1968 em exposição, levado pela divisão Riva Classiche e o espectáculo aéreo constante do avião de acrobacias e do jacto da Vistajet, bem como um balão de ar quente.
Assim, no final da tarde de sexta-feira, 21 de Fevereiro, o júri internacional seleccionou os automóveis vencedores nas cinco categorias do concurso, reconhecendo a sua elegância, raridade e história. O altíssimo nível dos automóveis do ICE, muitos dos quais símbolos da história do automobilismo, tornou certamente árdua a avaliação do Júri.
Vencedores por classe
BARCHETTAS ON THE LAKE: Ferrari 500 TR Scaglietti (1956)
CONCEPT CARS & ONE OFFS: Alfa Romeo 6C 1750 GS APRILE (1931)
ICONS ON WHEELS: Ferrari 275 GTB/4 Chassis 09021 (1966)
RACING LEGENDS: Porsche 908/03 (1971)
SPIRIT OF ST. MORITZ: Ferrari 250 GT SWB “SEFAC”
HERO BELOW ZERO (Prémio do Público): Lamborghini Miura SV
OPEN WHEELS & BEST IN SHOW: Bugatti 59 (1934)
Outros modelos a merecer referência
O dia de Sábado começou cedo, com as máquinas a fazerem-se à pista gelada para as voltas de demonstração. O ICE é um concurso de elegância e as formas e proporções mais sofisticadas e voluptuosas são muitas vezes encontradas por entre as ‘Barchettas on the Lake’. A seleção deste ano foi realmente notável, com uma frota de Ferrari das décadas de 1950 e 1960, incluindo um belo 340 MM com carroçaria Touring, um impressionante 375 MM inscrito por Max Girardo, um 500 TR e um 500 TRC Scaglietti. No entanto, provavelmente nenhum pareceu tão belo como um Ferrari 857 Monza em plena deriva num lago congelado.
Apesar dos muitos Ferrari, duas barchettas chamaram a atenção: o Aston Martin DB3S branco-creme da Golden Age Collection e o Talbot-Maserati Campana, uma obra-prima num tom azul-escuro com cauda de barbatana desenhado por Franco Reggiani para o ás da aviação e aficionado das corridas francês Andre Dubonnet, que correu em Le Mans, embora sem grande sucesso. Outro carro que despertou a atenção, apesar de não ter ido para as loucuras da pista do lago, foi aquele que é apelidado de “La Principessa”, o Abarth 1000 Bialbero. Estreou-se no Salão Automóvel de Turim em 1960 e as formas aerodinâmicas e sedutoras criadas pela Pininfarina, deixavam aqueles que o contemplavam de queixo caído. No entanto foi a prestação nas pistas que conquistou o grande público. Graças a um pequeno motor 1.0 de quatro cilindros com 100 cv de potência, acoplado a uma caixa de quatro velocidades, este monolugar italiano foi responsável por nove recordes mundiais, entre os quais o recorde de 72 horas (seguidas) a uma média de 186 km/h. O Fiat-Abarth 'La Principessa' ali presente faz parte da colecção Pearl de Fritz Burkard.
Como fã do falecido mestre do design Marcello Gandini não fiquei indiferente ao ver o Autobianchi A112 Runabout. Estacionado a seu lado estava um modelo que se ama ou odeia, o Ferrari 365 GTC/4 Spiagetta, um beach car dourado, construído na época desenhado por Giovanni Michelotti e comissionado ao empresário suíço Willy Felber pelo Sheik Al Thani, do Qatar. Ainda assim, se o gelo começasse a derreter, era Simon Kidston que levaria a melhor, pois trouxe consigo o Mini Moke que pertenceu aos Beach Boys, que com uma prancha de surf no convés, era um autêntico barco salva-vidas.
São ainda de referir o belo Aston Martin DB4GT Zagato que captou a atenção pela beleza da sua cor verde, bem como um Alfa Romeo 1900 Zagato do colecionador norte-americano David Sydorick.
Apesar dos carros do Ice Control (organização do ICE) este ano serem um VW Carocha e um Volvo 1800, o verdadeiro Safety car ali presente era o Lamborghini Countach Safety Car original do Grande Prémio do Mónaco de 1982. É ainda de fazer referência ao belo Ferrari 166 Inter Pinin Farina Cabriolet, ao McLaren M1A Oldsmobile que estrelou no filme Spinout conduzido por Elvis Presley e um fantástico Mercedes-Benz 720 SSK conduzido por Katarina Kyvalova. Um outro modelo que não passou despercebido sobre o gelo foi o Bugatti 57F “Tank” que é um autêntico kitsch. Apenas três foram produzidos e não podemos esquecer que este modelo venceu as 24 horas de Le Mans em 1937 e 1939.
O prémio pelo maior espectáculo de drift no lago gelado deveria ter sido atribuído ao Team Arsham vs Ikuzawa, com o Porsche 904.
Assim que a pista ficou limpa, foi um verdadeiro prazer ver dois pilotos em ação: Tom Kristensen, o Senhor Le Mans, conduziu o maravilhosamente estranho Audi Quattro Gruppe S Prototype da colecção Audi Tradition. Em 1987 estava previsto o arranque do Grupo S, uma classe que reunia versões ainda mais potentes. Mas uma temporada de 1986 marcada por acidentes graves ditou o fim do Grupo B e o cancelamento do Grupo S. O desenvolvimento esteve a cargo do famoso engenheiro Roland Gumpert, na altura director da Audi Sport. Gumpert lembrou-se de colocar o motor turbo de cinco cilindros em linha, com mais de 1000 cv, em posição central traseira. Gumpert precisava de alguém suficientemente qualificado para testar o desportivo e, por isso, convidou Walter Röhrl, bicampeão do mundo em 1980 e 82, para um ensaio dinâmico. Como esperado, o piloto alemão confirmou todas as melhorias na dinâmica do carro. Durante uma sessão de testes, um fotógrafo terá conseguido captar algumas imagens do desportivo e, na semana seguinte, o Audi Group S estava em todos os jornais. A notícia chegou aos ouvidos de Ferdinand Piëch, que ordenou a destruição de todos os Audi Grupo S. Felizmente, o engenheiro alemão conseguiu guardar um único exemplar.
Já o carismático Arturo Merzario, pilotou um Abarth 2000 Sport Spider pela pista, usando o seu sempre caraterístico chapéu de cowboy. Foi uma honra poder falar com o piloto que diz que os 81 anos são apenas um número e que fez cantar e bem o Abarth 2000 Sport Spider que foi campeão Europeu de Montanha em 1970 com Johannes Ortner.
O meu preferido, talvez pelo seu historial, foi o Ferrari F500/625. Com o chassis 54/1, este Ferrari disputou várias corridas de Fórmula 1 nos anos de 1952 e 1953 e foi conduzido por pilotos como Alberto Ascari, Piero Tarufi, Luigi Villoresi e Mike Hawthorn. O campeão do mundo de F1 de 1958 venceu a sua primeira corrida neste mesmo carro, o grande Prémio de França de 1953. O chassis 54/1 foi vendido pela Ferrari a Louis Rosier no final de 1953 e continuou a participar em corridas de F1 em 1954 e 1955 com Maurice Trintignant, Louis Rosier e Pierre Manzon. Este exemplar mantém a caixa de velocidades original e actualmente está equipado com o motor 2.5 litros da temporada de 1954.
Tudo o que é bom acaba depressa
À medida que o evento se aproximava do fim, fomos até às bancadas (uma menção de honra ao The ICE porque conseguiram dar ao público uma vista extraordinária da pista) para ver as máquinas a fazer uma última volta. Esta experiência sensorial atingiu o clímax quando ouvimos o ruído não filtrado dos carros de Grande Prémio dos anos 50 a deslizar pela pista. Ver todas aquelas raridades do mundo automóvel expostas num manto branco durante todo o dia, foi, quase literalmente, como congelar no tempo.
Há que dar os parabéns aos organizadores do The ICE pela constante renovação e inovação na escolha dos automóveis para este tipo de evento misto na neve e gelo e pela hospitalidade de todos os elementos da organização. A qualidade dos automóveis, o cenário idílico e a atmosfera, tornam o The ICE difícil de traduzir por palavras. O evento tem vindo a tornar-se cada vez maior ano após ano, por isso, se é apaixonado por automóveis, planeie uma visita.
Estava na hora de dizer adeus a este fim de semana extraordinário, que passou mais rápido do que todos os carros que aceleraram no ICE. Não podíamos ir embora sem beber um café no mítico Manx Café. O café da Meyers Manx (a empresa que criou o primeiro buggy em 1964) está inserido numas bombas da Shell com mais de 100 anos e além do café e da gasolina 100 octanas, encontra-se decorado com uma loja de conceito onde estão em exposição diversos livros de autor, brinquedos e até óculos de sol da Persol, entre outras coisas. Esta estação de serviço da Shell fazia parte da Shellstrasse, a estrada criada pela empresa para permitir testes de alta velocidade nas décadas de 1920 e 1930 e testemunhou nomes como Louis Chiron que passavam pela recta das bombas de gasolina a mais de 190 km/h.
Depois de saboreado o café e imbuídos no espírito aventureiro e devorador de quilómetros, fizemo-nos à estrada. St Moritz ficou para trás e o adeus ao The ICE fez-se pela descida do passo de Maloja, outro hino à condução, antes de rumar novamente a Itália.
Como foi escrita na Petrolicious “Há uma razão pela qual a maioria dos eventos centrados em carros clássicos escolhem os meses de verão, mas esta versão suíça de um concurso é uma refrescante mudança de cenário e a prova de que mesmo os carros mais raros e cobiçados não precisam de hibernar durante toda a temporada.”