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Lamborghini Countach: 50 anos

Olhando para ele, nem parece verdade, mas foi há 50 anos que foi apresentado o hiper-futurista Lamborghini Countach. Ainda não passou de moda.
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20 de out. de 2024

O protótipo do Countach foi apresentado no Salão de Genebra de Março de 1971, ainda sob o nome de LP500 e sem as famosas entradas de ar laterais que seriam uma imagem de marca do modelo.

Como concept car, era imensamente arrojado, mas a grande surpresa terá sido verificar, em 1974, que o modelo chegou à produção com as formas praticamente inalteradas.

Suceder ao Miura, nunca seria tarefa fácil, já que o impacto do modelo de 1966 foi imenso e a sua popularidade perdurou até ao fim da produção. Contudo, nem a Lamborghini nem Marcelo Gandini estavam dispostos a repousar sobre os louros e a apresentar uma proposta de continuidade. Pelo contrário, a marca de Sant’Agata Bolognese optou por uma mudança radical em termos técnicos, pois embora o motor fosse essencialmente o mesmo, este foi rodado em 90º, passando a uma disposição longitudinal.

Esta opção permitiu baixar um pouco o centro de gravidade, já que o motor passava a assentar entre os eixos e a caixa de velocidades avançava para entre os passageiros. Por outro lado, obrigou avançar o habitáculo, o que justificava a opção por uma frente em cunha criando uma linha muito aerodinâmica.

Se o original LP400 tinha um ar quase frágil, como se se tratasse de um origami com quatro rodas, mas no decorrer da sua longa vida, foi ganhando largura de vias, apêndices aerodinâmicos e mais agressividade. E se os 5000 S e Quattrovalvole ainda eram consensuais, já a versão 25th Anniversary era quase uma traição à pureza do conceito inicial. 

Para muitos dos fãs do Miura, o Countach nunca foi um sucessor convincente mas, para a geração seguinte, é o exemplo perfeito da espectacularidade que um supercarro deve ter.

Quando em 1987 a Chrysler se tornou detentora da marca, percebeu que o Countach era quase um símbolo cultural e que era preciso capitalizar o fascínio gerado pelas suas linhas: as portas em tesoura, a frente afilada, o corte traseiro do guarda-lamas, eram parte da identidade Lamborghini, por isso, o desenho do Diablo seria pouco mais do que uma actualização do antecessor. 

Alguns desses traços de design, continuaram a fazer parte da gama de topo da marca, ou seja, nos Murciélago, Aventador e, mais recentemente, Sián e Revuelto, pelo que se pode concluir que, meio século depois, o Countach ainda é a essência da Lamborghini.