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O “Mondeo” mais caro do mundo? X-Type real vai a leilão.

Os automóveis da família real sempre foram - como tudo o que a rodeia - alvo de curiosidade. No ano da morte da Rainha Elisabete II, a sua fiel (e eventualmente fiável) Jaguar X-Type Estate vai a leilão.

Fotos: Historic Auctioneers

A Rainha Isabel II conduziu os destinos do país durante 70 anos, atravessando momentos turbulentos e grandes desafios. Naturalmente, quem é capaz disso, também é capaz de conduzir o seu próprio automóvel. Dito isto, nunca deixou de ser motivo de espanto que uma das figuras mais poderosas e mediáticas do mundo sempre tenha feito questão de conduzir os seus próprios automóveis, apesar de todas as medidas de segurança e de protocolo que envolvem o cargo.

A imagem da Rainha ficou sempre associada aos seus Land Rover, dos Defender aos mais imperiais Range Rover. Contudo, um dos seus fiéis companheiros das últimas décadas foi a mais ligeira e ágil carrinha Jaguar X-Type, uma escolha relativamente improvável. É certo que a Rainha tinha estima pela marca britânica (aliás, foi um XJ que a levou à morada final...), mas o X-Type foi talvez o menos nobre de todos os modelos da marca.

Lançado em 2001, durante o período em que a Jaguar pertencia ao Grupo Ford, o X-Type gerou alguma polémica por ser o primeiro modelo da marca com transmissão às rodas dianteiras. Isto porque, na ânsia de salvar a Jaguar de um fim iminente, a Ford atirou-se cegamente para uma dinâmica de economia de escala, baseando este pretenso rival do Mercedes-Benz Classe C na plataforma do aborrecido Mondeo.

Sejamos honestos: o Mondeo nem sequer era um mau automóvel, mas ideia de um Jaguar com motor TDCi e cheio de botões Ford no habitáculo, não era algo que fizesse parte do imaginário de um entusiasta da marca do felino. Especialmente num modelo que tentava, de forma algo tosca, eternizar a linguagem estética do velho XJ6. O desenho do X-Type era da autoria de Simon Butterworth, Tadeusz Jelec e Wayne Burgess. No entanto, a derivação para a versão Estate foi a primeira intervenção de Ian Callum ao serviço da Jaguar. Seguir-se-ia uma completa, corajosa e tardia transformação da imagem da Jaguar.

Como seria de esperar, a versão usada pela Rainha de Inglaterra era o topo de gama: nível de equipamento Sovereign, transmissão integral e movida pelo V6 Ford Duratec, na versão de 3 litros, com cabeças redesenhadas pela Jaguar e sistema de abertura variável de válvulas, que debita 231cv. A caixa é automática de cinco velocidades, embora a Rainha fosse confessa adepta da caixa manual, tendo mesmo pedido para reconverter um dos seus Land Rover de caixa automática para manual.

O X-Type de Sua Majestade é da clássica cor "Emerald Fire" e conta umas notáveis 73.000 milhas (cerca de 120.000km), número surpreendente, especialmente se considerarmos que a monarca usava outros automóveis em simultâneo e que esta era uma de duas carrinhas iguais que teve.

Quem desejar adquirir este exemplar, poderá fazê-lo através do leilão da Historic Auctioneers que acontece no dia 26 de Novembro.

A carrinha é entregue sem a matrícula privada com que serviu a Rainha Elisabete, mas com as chaves originais, todos os documentos de compra e manutenção e, possivelmente, algum pêlo de Corgi "real".

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