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Giulia, a sexygenária!

Os Sprint e Spider são os mais populares e desejados da série 105/115 da Alfa Romeo, mas o Giulia familiar é um ícone por direito próprio.
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10 de jan. de 2024

O Giulietta, nas séries 750 e 101, escreveu uma página indelével na história da Alfa Romeo e dos automóveis de produção em série. Foram as versões desportivas, Sprint e Spider, que mais notoriedade tiveram mas, a base, seria comum ao Giulietta Berlina, o que diz muito acerca dos pergaminhos técnicos e dinâmicos deste pequeno familiar.

Para suceder a este atlético familiar com sucesso, havia que melhorar aspectos como a habitabilidade, o conforto e a eficiência energética.

À semelhança do que havia acontecido no Giulietta, o design da versão de quatro portas ficaria a cargo da equipa de design da própria marca e o Coupé a cargo da Bertone, mais concretamente, de Giugiaro. A equipa da casa privilegiou a aerodinâmica, o que ditou umas formas invulgares, mas de personalidade muito marcada. O Cx de 0,34 era, no entanto, referencial.

Também para assegurar uma melhor performance estradista, cedo ficou definido que o potente motor 1.6 proveniente dos Giulia 101, seria o principal da gama. Assim em Agosto de 1962 é apresentado no circuito de Monza o Giulia 1600 TI (Tipo 105.14) com um carburador Solex C32 e 92cv DIN.

Nesta altura, o Giulia estava homologado como um automóvel de seis lugares, graças ao banco dianteiro corrido, só possível graças ao comando da caixa na coluna de direcção.

Outra particularidade era o travão de mão de bengala e os travões de tambor, muito eficazes mas antiquados no tacto. É só em 1963 que chegam os travões de disco Dunlop servo-assistidos.

A 24 de Abril de 63, surge o mítico Giulia 1600 TI Super (105.16) que montava o mesmo motor do Giulia SS, com 112cv. O interior foi redesenhado pelos estúdios Zagato, sendo mais desportivo e minimalista, com novo painel de instrumentos, volante desportivo de três braços, bancos desportivos rebaixados e comando de caixa no chão. Exteriormente distinguia-se pelo Quadrifoglio verde nos flancos e no tampo da mala. As jantes eram Campagnolo em liga, com desenho semelhante aos Giulietta. Com 910kg, pesava menos 90kg do que o TI. Foram produzidas apenas 501 unidades e o sucesso competitivo foi inegável, batendo-se com os Cortina Lotus, BMW 1800 Ti, entre outros.

Em Maio de 64 passa a estar disponível em toda a gama, em opção, o selector de velocidades no solo, com os bancos separados. Nesse mesmo ano surge o Giulia 1300, com carburador duplo e 78cv, distinto na aparência pela frente com apenas dois faróis. Dois anos depois chegaria o 1300 TI de 82, já com a grelha de quatro faróis.
No entretanto, em Março de 1965, é lançado o Giulia Super, uma versão que pretendia ser ao mesmo tempo mais refinada e mais desportiva do que o 1600 TI. O motor debita 98cv DIN com recurso a dois Weber ou Solex 40. Por fora, o escudo Alfa mais alto e os frisos cromados nas embaladeiras permitiam identificá-lo.

Em Fevereiro de 1966 o 1600 TI passa a contar com comando da caixa no solo de série e um novo volante, de três raios. Em 1968, o 1600 TI é substituído pelo 1600 S, que era essencialmente o mesmo automóvel com um nível de equipamento e de acabamentos mais baixo, para que o seu preço lhe permitisse ocupar o espaço entre os 1300 e o Giulia Super.

Em 1970 a pedaleira passa a ser suspensa em todas as versões e surge o 1300 Super (115.09), com dois carburadores duplos e 89cv.

Em 72 a gama simplifica-se. Passam a existir apenas os Giulia Super 1.3 e 1.6.

Em 1974 é lançado o Giulia Nuova Super, que se distingue pela grelha preta com quatro faróis do mesmo tamanho e pela tampa da mala plana.

Um ano antes do fim da produção, tentando responder à crise petrolífera, surge o Nuova Diesel com o infame motor Perkins de 55cv, que teve muito pouco sucesso.

Apesar de ter sido substituído pelo Giulietta da série 116, lançado em 1977, manteve-se em produção até 1978, num total de 15 anos e 572.626 unidades.